domingo, 6 de outubro de 2013

Relatório de Observação (Campo creche e pré-escola)


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE INHUMAS
CURSO DE PEDAGOGIA


GISELLY BRASIL XAVIER
JUVILIANA MOREIRA PAULA
NATALIA DE VASCONCELOS SARAIVA
VANESSA NUNES CAMARGO





RELATÓRIO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CRECHE








Inhumas
2013



GISELLY BRASIL XAVIER
JUVILIANA MOREIRA PAULA
NATALIA DE VASCONCELOS SARAIVA
VANESSA NUNES CAMARGO




 


 

RELATÓRIO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CRECHE

                                                                                      
                                                                                       Relatório acadêmico elaborado para atender às atividades do 3º Ano de Pedagogia – da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Inhumas – referente ao “Estágio Supervisionado em Docência na Educação Infantil I” sob orientação da Prof.(a)  Lindalva Pessoni Santos.

                                                                             



Inhumas
2013



Introdução
A Educação Infantil atende crianças de zero a seis anos de idade. Busca-se através deste relatório, refletir sobre as práticas pedagógicas vivenciadas no campo de estágio creche. É importante ressaltar que a teoria e a prática são inseparáveis no processo de formação de educadores, pois a teoria auxilia no desenvolvimento da prática. Elas se dão por meios de observações, reelaborações e imitações por parte tanto dos profissionais como das crianças, nas quais se analisam criticamente os contextos socioculturais vivenciados. Segundo, Pimenta e Gonçalves (apud PIMENTA e LIMA; 2005/2006, p. 13), "a finalidade do estágio é propiciar ao aluno uma aproximação á realidade na qual atuará". Pois através do estágio tendo como base teórica é possível perceber que o cuidar e o educar são indissociáveis para o desenvolvimento da criança e para a atuação do educador.

Relatório: Creche
A realização do Estágio Supervisionado em Docência na Educação Infantil, orientado pela professora Lindalva Pessoni Santos, foi vivenciada na Creche Municipal Maria Caetano da Silva Ferreira, situada à Rua 19 de Julho, Qd. 32, Lt. 06 e 07 Parque Santa Marta, na cidade de Inhumas/GO. A creche conta com vinte e oito funcionários, sendo: uma diretora, uma coordenadora, uma secretária geral, duas estagiárias, uma auxiliar de coordenação e onze professoras (uma professora efetiva e dez ASD) sendo que as professoras possui curso superior em Pedagogia ou estão em processo de formação.  A instituição tem atualmente noventa e oito crianças matriculadas, atente crianças de zero a cinco anos. O critério de inserção leva em consideração a idade e preferencialmente a criança que os pais trabalham ou crianças que estão com algum risco de vida. A instituição atende crianças de vários bairros, tanto próximos quanto distantes. A estrutura física da creche é formada por três ambientes, uma sala de vídeo, um refeitório, uma cozinha, uma lavanderia, dois banheiros e um pátio com o parque, esses espaços são limitados e insuficientes para atender ao número de crianças acolhidas na instituição. O processo de planejamento executado pela creche baseia-se: em anual seguido por uma mesma linha vindo da Secretaria de Educação e semanal que é escalado uma educadora a cada semana para realização do mesmo. Os planejamentos são vistados semanalmente pela coordenação. São trabalhados dois projetos “brinquedos na escola” e “biblioteca na escola”, realizados em dois dias na semana, um para cada projeto, todas as datas comemorativas são comemoradas. É realizado a elaboração anual do Projeto Político Pedagógico da creche, com participação ativa de pais e  funcionários, através de reuniões no qual os mesmos possuem o direito de questionar, criticar e aprovar, ou não os assuntos expostos.

Vivência Berçário
No dia vinte e sete de março de dois mil e treze, foi observado o berçário da Creche Maria Caetano da Silva Ferreira. O berçário é composto por dezoito bebês entre quatro meses a dois anos e possui três professoras.
O berçário é decorado com cartazes em que se encontravam figuras geométricas, vogais, numerais de 1 a 9, cartazes com imagens de instrumentos musicais e atividades realizadas pelos próprios bebês, no qual estavam os trabalhos do aniversário da cidade de Inhumas, um cartaz com uma inhuma, feita com tinta guache utilizando as pontas dos dedos das crianças. O planejamento é semanal e a cada semana uma professora fica responsável por fazê-lo. Segundo o planejamento do dia verificado por nós, estavam descritas todas as disciplinas do eixo temático, porém a rotina sempre é a mesma, e Zanini (2008, p. 83) fala que o educador deve sempre projetar e inovar suas praticas estar “sempre presente e atento; que crie uma rotina viva, pulsando seus desejos e os desejos das crianças; que mantenha constância e comprometimento” dessa forma a construção do conhecimento se torna algo gratificante e prazeroso.
No primeiro momento as crianças chegaram ás 06h30min da manhã, onde as educadoras trocam as roupas dos bebês e colocaram em uma caixa, no momento da troca a educadora conversava muito com os bebês, incentivando-os a adquirir independência como tirar a meia sozinho, ficaram dentro dos berços, desde esse momento até depois de aproximadamente uma hora, recebendo a atenção apenas das estagiárias e em alguns momentos das professoras, foram então distribuídas as mamadeiras, quase todos mamam sozinhos, apenas uma criança, por ser o bebê mais novo não consegue, a professora alertou que não deveria deixar que ele tomasse sozinho, pois segundo ela, “ele faria muita bagunça”. Desde quando chegamos até esse momento notamos que eram tocadas apenas músicas de caráter religioso.
Ao longo da manhã vimos que as práticas do educar e cuidar estavam em patamares diferentes, a preocupação no cuidar físico, da alimentação e do banho estavam acima do cuidar e da transmissão de afeto, nesses momentos tão especiais. Essas demonstrações de afeto e comunicação são extremamente importantes: “as crianças dessa faixa etária, como sabemos, tem necessidades de atenção, carinho, segurança, sem as quais elas dificilmente poderiam sobreviver” (CRAIDY; KAERCHER, 2001, P. 16 apud. NONO).
Após os bebês se alimentarem começaram os banhos que são escalados uma professora a cada dia. No banho a professora conversava continuamente com as crianças, mostrando as partes do corpo e as tratavam bem. O momento do banho deve ser sempre algo prazeroso tanto para as crianças como para a educadora. Depois de banhadas, as crianças eram colocadas no colchonete, para poderem andar, brincar e dançar e se socializarem nesse momento foi colocado o DVD da Xuxa, notamos que algumas crianças “cantavam” e dançavam, demonstrando ter costume com aquela rotina.
Nono afirma essa necessidade da criança se movimentar e interagir-se com outras:

É fundamental que as práticas de cuidado estejam interligas as práticas em que se educa, em que se proporciona a conquista da linguagem, a exploração do próprio corpo e dos movimentos, o desenvolvimento da autonomia, a percepção do mundo e a atuação sobre ele.

 Algumas crianças estavam brincando e outras assistindo o DVD, nesse momento uma das crianças que estavam brincando de bola quando a bola caiu perto de outra criança que estava apenas assistindo o DVD, a mesma interessou-se pela bola, quando a primeira criança tomou a bola rapidamente e foi advertida pela professora, então, o menino foi ate o cesto de brinquedos e pegou outro carrinho e deu a colega. Rosa e Lopes (2008, p. 63) afirmam que através do brincar e das relações interindividuais é estabelecido o respeito, pois: “brincando, a criança aprende a ser humana, solidária, aprende a viver, a sonhar, a imaginar, a ter autonomia e a construir o conhecimento sobre o mundo a sua volta”.
Outro fato importante que observamos foi que um dos bebês, desde quando chegamos ao agrupamento apontava “algo” num determinado lugar e “resmungava”. Comentamos com a professora que ele queria algo, ela respondeu que o menino era daquele jeito mesmo. Passado algum tempo, ele voltou a apontar com o dedinho a aquele lugar, deduzimos que ele queria água, pois o filtro estava próximo, colocamos num copo e ele tomou, outras crianças também começaram a “querer” água. Mais tarde ele chorou apontando no mesmo lugar foi então que a professora pegou o bico que estava ao lado do filtro e deu ao menino. É necessário, que o educador esteja sempre atendo, e que se preocupe com as expressões da criança, Rosa e Lopes (2008, p. 57), fala que o educador deve caminhar “junto com as crianças, observando/registrando, discutindo e refletindo sobre suas ações e sobre seus modos de expressão” para assim atender as necessidades mostradas pela criança e intervir.
Foi realizada uma atividade com os bebês pelas professoras em comemoração a páscoa, as professoras levaram um cartaz com o coelho desenhado e passavam cola para que as crianças colassem no desenho o algodão, muitas gostaram e um dos bebês não gostou de ter pegado no algodão, sentiu estranhamento, preferiu passar cola participando assim desse momento. Notamos que se há uma grande preocupação em relação a produção material e concreta das atividades e exposição das mesmas no berçário.
Portanto, o ambiente onde estão inseridos os bebês, deve ser aconchegante, as interações entre adulto-criança e criança-criança devem acontecer e garantir o bem estar físico e psicossocial, pois são essenciais no processo de construção do sujeito, do conhecimento e do desenvolvimento das potencialidades da criança. O Educador deve sempre cuidar e educar com prazer, inovando e recriando novas praticas e novas metodologias tornando seu trabalho mais gratificando tanto ao mesmo como a criança.

Vivência Jardim I e II
No dia vinte de março de dois mil e treze, foi observada duas turmas da educação infantil, sendo uma de jardim I e II da creche Maria Caetano, onde neste dia foi trabalhado todos os eixos da educação infantil.        
De inicio houve a acolhida, onde as crianças cantaram e gesticularam músicas do seu dia-a-dia, onde logo após teve o café da manhã, as crianças gostam muito deste momento pois mesmo que escondido das professoras, elas podem conversar e contar uns para os outros o que de interessante acontece na sua vida, neste dia mesmo uma menina estava relatando para um de seus colegas o que tinha acontecido na casa de sua avó, disse o que havia comido, e isso gerou uma série de comentários parecidos, como “na casa da minha avó também tem isso”, “ minha avó morreu”, etc. Em seguida a professora querendo explorar a preservação do meio ambiente, passou o filme “Os sem florestas”.
Em comemoração ao dia do aniversario da cidade, que foi dia dezenove, a professora passou uma atividade utilizando tinta guache e a técnica do soquinho. Neste momento uma criança foi até uma estagiária e relatou o quanto estava gostando da experiência de “brincar” com o material. E as crianças com isto aprenderam mais, pois foi usada uma técnica prazerosa e dinâmica para tal.
Foi feito com as crianças um painel e no fim desta, as crianças estavam sujas de tinta, mas estavam felizes, e a professora conseguiu atingir os objetivos esperados:

O papel do professor centraliza-se na provocação de oportunidades de descobertas, através de uma espécie de facilitação e inspirada e de estimulação do diálogo. (EDWARDS 1999, p. 161 apud OSTETTO 2008, p. 57).

Depois da “atividade”, houve socialização com as crianças que dançaram a dança das cadeiras, uma menina que estava brincando não aceitava sair da brincadeira, e quando ficava de fora, ela removia um colega da cadeira e se sentava, e quando realmente saiu ela ficou brava e começou a chorar, ela então foi colocada numa cadeira e ficou lá até se conformar. Em seguida foram encaminhadas ao banho.

O ambiente e a rotina podem ser organizados de maneira a oportunizar as crianças o desenvolvimento autônomo de uma série de habilidades como despir, lavar, enxugar, vestir e calçar a si próprias e as outras. (ROSSSETTI-FERREIRA 2003, p. 11 apud NONO).

Sobre isso e interligando com o que foi observado, pôde-se notar que a professora interagiu bem com os alunos na hora do banho, e eles adoram esse momento, pois é também neste momento que uns conhecem os outros e podem brincar.

            No dia três de abril de dois mil e treze, realizou-se mais uma observação, por nós estagiárias, com os agrupamentos Jardim I e Jardim II, na creche Maria Caetano. Nas quartas-feiras, os dois agrupamentos se reuniam para que pudéssemos observar todas as crianças. No primeiro momento todos se reuniram no refeitório para o café da manhã, cantaram algumas músicas e fizeram a oração. Neste espaço de tempo podemos observar as crianças: Todas estavam dispostas nas mesas com cadeiras, em grupos. Uma das crianças nos falou que o coleguinha tinha batido nela, mas não era verdade, ela é que estava o incomodando com os pés, por debaixo da mesa.
Para as crianças, essa convivência entre pares é de suma importância, segundo Charlot (2000, p. 70 apud FILHO [et al.] 2006 p. 49 ) “aprender pode ser também aprender a ser solidário, desconfiado, responsável, paciente...; a mentir, a brigar, a ajudar os outros....; em suma, a ‘entender as pessoas’, ‘conhecer a vida’, saber quem se é.”
É nessas situações diárias que a criança irá aprender a lidar com a vida e a discernir o que é certo e o que errado. As crianças entre si podem ter uma conversa de igual para igual, podendo trocar suas ideias. Esse relacionamento umas com as outras é de suma importância para o desenvolvimento das mesmas:
Nesse momento do café, algumas crianças comentam entre si, suas histórias de vida. A criança citada anteriormente, diz que sua mãe vai comprar um ovo de páscoa para ela, a outra diz que já tinha ganhado.
No planejamento das educadoras, uma das atividades do dia estava à ida ao parque: antes de ir ao parquinho, uma das educadoras, passa para as crianças as regras e as palavras mágicas, um dos relatos da mesma para nós estagiárias é que, é preciso também mostrar as crianças quais são as atitudes corretas e quais não são, conversar olhando nos olhos da criança e se preciso colocar para refletir no que fez. Madalena Freire (1997, p. 23) diz que “um grupo se constrói, construindo o vínculo com a autoridade e entre iguais”.
O interessante é que não percebemos ela se alterar e agir com agressividade, sempre ao chamar a atenção de alguma criança o fazia de forma calma e firme, levando a criança em consideração e não a constrangendo em momento algum, isso é muito importante, pois ao nosso ver a agressividade e a alteração dos ânimos levam atitudes igualitárias. 
Duas crianças se comportaram mal no parque, desrespeitando seus colegas. A educadora retirou-os da brincadeira, explicando que não deveria agir desta forma, e os colocou para refletirem sobre o que tinham feito.
 Segundo Freire (Pedagogia da Autonomia,1996, p. 60):

É neste sentindo que o professor autoritário, que por isso mesmo afoga a liberdade do educando, amesquinhando o seu direito de estar sendo curioso e inquieto, tanto quanto o professor licencioso rompe com a radicalidade do ser humano a, de sua inconclusão assumida a que se enraíza a eticidade.

Observamos que cada criança escolheu o brinquedo que mais gostava, algumas foram para o balanço e se interagiram muito, apenas um menino não quis, ficou brincando sozinho. Ao ver que o mesmo estava só, duas crianças se aproximaram para brincar. Percebemos nessas crianças sentimentos como companheirismo.
Filho [et al.]  (2006,  p. 47) diz que:

Educar uma criança significa promover um crescimento integral do individuo e também desenvolver a solidariedade, a capacidade de enxergar o outro e a tolerância para com outros modos de ser, de modo a ter respeito e responsabilidade com os demais.

Ainda no parquinho teve o momento do lanche, nesse dia era fruta, após descascar as laranjas, a educadora pediu algumas crianças para ajudá-la a jogar as cascas no lixo, auxiliando assim com o desenvolvimento da autonomia das mesmas.
Em seguida fomos para a sala de vídeo, enquanto umas assistiam ao filme, outras foram para o banheiro. Percebemos que a educadora que dava o banho sempre conversava com as crianças, intermediando o processo, ensinando-as a se lavarem, enquanto a outra penteava os cabelos das meninas, ela era muito dedicada e fazia penteados, mas algumas crianças também queriam participar, penteando seus próprios cabelos, a mesma não deixou, privando- as do aprendizado.
É muito importante incentivar a autonomia.
Autonomia envolve formar pessoas que saibam trilhar os seus próprios caminhos, traçar a sua historia, tomar decisões, construir a autoria e a liberdade. Contrapõe-se à heteronomia, que traz consigo as amarras da dependência e da subordinação ás regras de outrem. Educar para autonomia implica possibilitar á criança a construção das suas regras de conduta, visando a responsabilidade individual e coletiva que  a convivência entre humanos. “E com ela, a autonomia, penosamente construindo-se, que a liberdade vai preenchendo o espaço antes habitado por sua dependência”.(FREIRE, 1996 p. 105, grifos do ator, apud FILHO [et al.] 2006 p. 44 )
 O educador deve agir como :
(...) mediador entre o conhecido e o desconhecido. Não mais um centralizador, mas aquele que, coordenando situações e atividades, ouve as múltiplas linguagens que expressam pensamentos, sentimentos, conhecimentos. Alguém que brinca junto, sugere brincadeiras, dá significados às ações e experimentações das crianças.  ( S. THIAGO 2000, p. 60 apud ROSA e LOPES, 2008, p. 68)

Outras observações que fizemos neste dia:
Um dos meninos do agrupamento foi atropelado, estava com faixas e curativos. Esse momento foi critico na hora do banho, o que pediu muita dedicação e cuidado por parte das educadoras. É papel do educador estar presente em todos os momentos, junto com a criança para ajuda-la no que for preciso. Educar é também amar, ajudar, apoiar, aconselhar a criança.  
Uma das crianças, na hora do filme beliscou uma coleguinha que chorou. Ao ser chamada para o banho esbarrou na outra colega que também chorou. Nós conversamos com ela, falamos que tem que ter respeito com os colegas e não pode maltratá-los, a educadora ao voltar do banho percebe e reforça o que falamos, mas pela a história ter se repetido, a manda para coordenação, ela volta mais calma. Esse tipo de situação também se constitui como forma de aprendizado. Para Freire:
É no encontro do grupo que nos defrontamos com as diferenças. É no grupo que aprendemos esse difícil processo de conviver com as divergências, os conflitos, as diferenças. Isso tudo envolve e significa processo de construção de conhecimento, significa processo de apropriação do saber de cada um para deflagrar o que ainda não se conhece. (FREIRE 1993, p. 162 apud ZANINE e LEITE 2008, p.83, 84)

É através da coletividade e vivenciando as experiências, que se aprende a lidar com situações do dia-dia e a viver em sociedade.
 Duas crianças, um menino e uma menina trocavam carinhos, o tempo todo ele beijava a mão dela e pedia para pentear os cabelos da colega. Houve outro momento, em que uma criança beijou no rosto da outra, ficaram muito tempo abraçados, são sentimentos que eles expressam. Outra observação que fizemos foi que uma menina, que é chamada por fadinha, se encanta com as pessoas “diferentes” que estão no agrupamento, fixando seu olhar em nós, parece que o novo, o desconhecido lhe desperta muita curiosidade e vontade de interagir.
Segundo Dias (1999, p. 177 apud ROSA e LOPES 2008, p. 65) :
(...) contribuir para a formação da sensibilidade significa incentivar e criar oportunidades para que elas se expressem com vivacidade e possam desenvolver, ampliar e enriquecer suas experiências sensíveis, aumentando as redes de entendimento e de significação do mundo.

Essas interações criança-criança e criança-adulto contribuem para o desenvolvimento social, psicológico e cognitivo das mesmas. Esses momentos são muito valorizados e enaltecidos pelos educadores em Reggio Emilia1. Para eles,o intercâmbio social é visto como essencial para aprendizagem”. Através da atividade compartilhada, da comunicação, da cooperação e até mesmo do conflito, as crianças constrói em conjunto seu conhecimento sobre o mundo, usando as ideias de uma para o desenvolvimento das ideias de outra, ou para explorarem uma trilha ainda não explorada. (GANDINI 1999, p.151 apud ZANINI e LEITE 2008 p.87).
No dia dez de abril de dois mil e treze, foi o último dia de observação na creche Maria Caetano. Neste dia choveu, e o pátio estava molhado, então os agrupamentos Jardim I e II e o Maternal I foram para sala de vídeo. Neste dia a única atividade realizada, no momento em que permanecemos na creche foi à exibição do mesmo filme da semana anterior. A maioria das crianças estavam concentradas no filme, mas fizemos uma observação: Uma das crianças olhava alguns cartazes com os numerais, onde estava desenhadas figuras de acordo com a quantidade indicada, ele estava fazendo oralmente a contagem e a leitura das imagens.
Tristão (2006 p.39) afirma que: “Diversas das ações realizadas pelas professoras no dia-a-dia da instituição acabam sendo automatizadas e, não sendo vistas como importantes, passam despercebidas, de forma a não vir à tona a riqueza da vida diária”. Esse tipo de prática se torna rotineiras e impedem que as crianças se desenvolvam de forma autônoma e que desenvolvam habilidades por meio da exploração das diversas experiências de forma rica e diversificada.

Conclusão

O papel do educador na educação infantil é de extrema importância, sabendo que ele é um dos principais agentes da construção da identidade, da autonomia, do conhecimento daquela criança.
Ao conceber a criança como ser ativo que possui conhecimentos prévios, é papel do educador considera-los, tomá-los como ponto de partida, sistematiza-los e ampliá-los.
Para isso é fundamental que o educador permite e crie oportunidades de contato da criança com objetos físicos, da sua manipulação e exploração, que proporcione espaço, de fala, de troca e interação entre crianças da mesma e de diferentes faixas de idade e também com adultos.

 

Referências
RECH, Ilona Patrícia Freire. A Hora da atividade. In: MARTINS FILHO, Altino José. Infância Plural: crianças do nosso tempo. Porto Alegre, RS: Mediação. 2006, p. 59 – 84.

NONO, Maévi Anabel. Educar e cuidar nas Creches e Pré-escolas. s/d.           

FREIRE,Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa/Paulo Freire-São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura).

LEITE, ZANINI, Juliana Quint dos Santos e LEITE, Raquel Winiz. Sobre afetividade e construção de vínculos na educação infantil. In: OSTETTO, Luciana Esmeralda (org.). Educação Infantil: saberes e fazeres na formação de professores. Campinas, SP: Papirus, 2008, p. 69 – 93.

PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria do Socorro Lucena. O estagio como campo de conhecimento. In: PIMENTA, Selma Garrido E LIMA, Maria do Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004, p.27 – 57.

ROSA, Cristina Dias e LOPES, Elisandra Silva. Aventura de viver, conviver e aprender com as crianças.In: OSTETTO, Luciana Esmeralda (org.) Educação Infantil: saberes e fazeres da formação de professores. Campinas, SP: Papirus,2008, p. 49-68.

OSTETTO, Luciana Esmeralda. Planejamento na educação infantil: mais que a atividade, a criança em foco. In: OSTETTO, Luciana Esmeralda. Encontros e encantamentos na educação infantil: partilhando as experiências de estágio. Campinas – SP: Papirus, 2000, p. 174 – 198.
OSTETTO, Luciana Esmeralda. Encontro e encantamento na educação infantil: partilhando experiências de estagio. Campinas: Papirus, 2002

SCHULTZ, Lenita Maria J. Professoras de Bebês. In: Educativo. Goiânia: Dep. De Educação da UCG, 1997. P. 335-348

6 comentários:

  1. Nossa!! Relatório fantástico.
    Parabéns.

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  2. Ótimo relatório, super completo e com bastante facilidade para entendimento.
    Parabéns!

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  3. Ótimo relatório, super completo e com bastante facilidade para entendimento.
    Parabéns!

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  4. Parabéns. Excelente. Deu-me uma aula de como fazer um relatório.

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  5. Parabéns ótimo relatório me ajudou entender deccomo montar um relatório obrigada

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